Pisitakun Kuantalaeng

São bons ventos os que trazem o projeto A Leste até a BM23. Com eles chegam promessas de dias soalheiros e simultaneamente de tempestades.

No decurso da Bienal, esta comunidade de afetos, de experimentação transdisciplinar e reflexão crítica, transporta-se do Porto para a Maia. No espaço expositivo, propõe-se criar uma instalação performativa, híbrida e orgânica, que se auto define como um “local de partilha, empatia, multi-pluri-trans”. É nesse lugar de fruição, ao mesmo tempo de relaxamento e festa, de discussão e partilha, de exposição e pensamento – em permanente estado de ativação – que decorrem quatro momentos performativos que convidam à participação da comunidade: um projeto colaborativo dos artistas Leonor Parda e António Manso Preto; uma performance do bailarino e coreógrafo António Ónio; uma outra, da artista multidisciplinar FER, cuja prática se move entre a performance, a música e o teatro; e finalmente, a festa, que contará com as participações do artista visual e músico Pisitakun Kuantalaeng, bem como de FER, Onio e Parda.

Ocupando o lugar se transforma o lugar, se transforma o mundo. A Leste na Bienal da Maia é de alguma forma um epíteto de uma Bienal que se pretende afirmar como um espaço de “utopias realizáveis”.

Sarilho – Afonso Loureiro, Diogo Oliveira, Nuno Fareleira

Osíidéto começou por ser uma dupla de música eletrónica composta por Afonso Loureiro e Francisca Mortágua, ambos artistas plásticos com interesses se-melhantes. Entretanto, transformou-se em algo maior. Osíidéto é agora um espaço plural em nome da arte. No ativo desde setembro de 2022, atualmente tem uma re-sidência no Café au Lait e já colaborou com artistas plásticos como Chaostrophy, Gonçalo Roquimar, João Tadeu ou Sofia Rocha e com DJs como Arrogance Arrogance ou Phaser. No seu próprio trabalho artístico, Osíidéto demonstra preocupação com o espaço (decoração, iluaminação, ambiente) em relação aberta com a música, as pessoas e o contexto social da rave/espaço noturno.
Afonso Loureiro é artista plástico, trabalha com performance, instalação, texto e som.

Nenaza

Nenaza (1994) é uma artista drag e DJ que se movimenta entre Vigo, Porto e Madrid. É neste território triangular que emerge o universo onírico e fantástico das fadas, que se constitui como alicerce conceptual de toda uma prática artística orientada para as questões de género, desde logo, o género feminino. Mas esse universo fantástico, exteriorização e exacerbação de um certo modo de ser feminino que habita, de formas diversas, todos os sujeitos, não deixa de ser contaminado por cenários mais sombrios, indelevelmente marcados pela violência e pela imagética punk.  Na Maia, Nenaza realiza um workshop de criação de personagens drag, centrado nas questões do movimento e nos códigos gestuais dessas personagens. Também se apresenta na vertente DJ, com a promessa de ritmos vibrantes – do reggaeton ao funk, da eletrónica ao techno, passando pelo hyperpop e pelo ball – capazes de transportar os corpos para mundos imaginários.

Texto de Carla Santos Carvalho