Mariana Couto (n. 2001), designer de interiores, foi desafiada pelo curador José Maia a criar alguns dos dispositivos expositivos da BACM 2023 (sobretudo nos casos em que os artistas não criaram soluções próprias). Mais do que desenvolver estruturas expositivas para uma determinada mostra, pretendia-se sobretudo imaginar soluções que permitissem uma efetiva relação entre a obra e o observador e que esse trabalho, que convoca para o espaço expositivo outros materiais, sobretudo reciclados, que acrescenta camadas aos trabalhos que são exibidos, estabelecesse, uma linha de continuidade entre o conceito de uma Bienal que caminha em direção ao futuro, com os pés assentes no presente, as obras dos artistas que a consubstanciam e os espetadores que, finalmente, a ativam. Nesse sentido, Mariana Couto desenhou dispositivos para a exposição de trabalhos de artistas e coletivos como, Pedra no Rim, Carlos Trancoso e April ou Diogo Nogueira, Sofia Leitão e Mariana Barrote. Estruturas diversas, que dialogam obviamente com o espaço, mas que têm, essencialmente, a obra e as formas de expandir as relações entre a obra e o espetador.
Texto de Carla Santos Carvalho