Inspirado em aspetos particulares do quotidiano, o fazer escultórico de Inês Dias Coelho (n. 1996) tem um carácter marcadamente lúdico e onírico, mas simultaneamente desafiador das convenções sociais, desde logo, as que dizem respeito a questões de sexualidade.
Nesta exposição apresenta-se um conjunto de obras – escultura e instalação – quer no espaço expositivo interior, quer no exterior. A artista recorre a materiais tão ecléticos quanto o cimento, o ferro, o latão, o espelho, a pasta de papel, o serrim, a madeira e um outro, o mosaico cerâmico, que tem sido uma presença constante no seu trabalho. Uma das suas peças fulcrais nesta exposição, pode dizer-se, é Sad disco (2022). Uma bola de espelhos, representando duas faces tristes. Uma espécie de lose-lose situation que por antítese se inscreve precisamente nesse objeto de carácter lúdico, a bola de espelhos, que inevitavelmente associamos à ideia de festa A obra e as suas antinomias apresentam-se num espaço expositivo central que durante a Bienal será precisamente sinónimo de comunidade, de festa e de partilha.
Inês Dias Coelho (n. 1996) é licenciada em Artes Plásticas/Escultura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e pós-graduada em Multimédia/Cultura e Artes, pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Texto de Carla Santos Carvalho